Sobre quem escreve.

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011


"Se o errado pra mim for o certo
Eu não me importo
Se o errado pra mim for o certo
Eu não me importo, eu me entrego
Eu me entrego à sua bagunça na minha sala
A um bom livro antes de dormir
Ao hoje, ao agora e ao talvez…"


— Tiê, Entregue-se

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gêmeas por acaso. Sinto saudades.


Às vezes bate uma saudade grande do que já vivemos e das pessoas que antes faziam parte do nosso cotidiano. Saudade que aperta o peito, trazendo a vontade de abraçar e reviver alguns momentos.
Hoje, senti tua falta, embora eu saiba que te terei como amiga até os fins dos tempos, senti saudade. Saudade do tempo em que nos víamos pelo menos 5 dias na semana.
Se antes nossas preocupações eram pintar as unhas, assistir à Sessão da Tarde comendo negrinho de panela. Passaram a ser com trabalhos, estudos, namorados. Era apenas o tempo de montar toda a enorme casa da Barbie para o cansaço aparecer e a gente nem brincar. Viajávamos para Águas Claras e morríamos de medo, não só do mato, mas das rãs. Brigávamos quase todo o dia por coisas tão bobas e em questão de minutos lá estávamos preparando nossas jantas, fossem elas, miojo, ou até nosso prato mais exótico de panquecas, suco de laranja com celular. Ríamos da vida, ríamos de fugir de casa para ver os meninos jogar vôlei, ríamos de ir cem vezes no mercado – pra que será?. Ríamos das novelas, das viagens, das férias. Conseguimos rir até mesmo da “desgraça dos 3 segundos”, lembra?
Passamos por poucas e boas, como falam. E tudo isso me faz hoje ter a certeza de que foi contigo que eu aprendi a selecionar, valorizar e ter amigos. Sempre ouvi dizer que amigos, amigos mesmo, aqueles que são de verdade, nunca se vão. Podem se afastar, brigar, se desentender, mas o laço é tão mais forte que os mantêm unidos.
Ouvi dizer também – e isso ao teu lado – que no mundo sempre tem alguma pessoa que se parece com a gente, que raramente as encontramos, mas que elas existem. Poxa vida, e eu tive a sorte de te encontrar. Mais que isso tenho a sorte de poder te chamar de amiga.
Como diz a música ‘nossos destinos foram traçados na maternidade’ , e isso é algo que não há como se explicar. Pois a sintonia que temos uma com a outra é de outras vidas. Que passem anos, décadas, o sentimento há de perdurar.
Podemos não ter escrito nosso livro, como um dia sonhamos, mas a nossa história de amizade nós construímos, e isso ultrapassa a duração de folhas impressas.
Enfim, o que eu desejo de coração é que no meu casamento, tu estejas lá ao meu lado no altar. Que nossos filhos futuros se criem juntos, que eles saibam da nossa amizade. Que a nossa reaproximação seja breve, assim como nossa convivência. Que embora o tempo passe, e a idade chegue, saibamos sempre que somos divas. Que mesmo a gente ficando tempos sem nos ver, que o reencontro seja de braços abertos. Que façamos novos amigos, mas que uma não esqueça da outra, jamais.
Sei que agradecer por tudo isso é pouco perto da imensidão do meu sentimento por ti, e perto do quão tu me faz feliz por ser assim, do jeitinho que tu és. Sei também que devo muito à ti e  à tua família.
Por agora, deixo essas palavras.
Saiba que pra sempre vou te amar. E que na nossa história não haja despedidas, somente reencontros.
Eu te amo muito, e agradeço o Cara lá de cima por ter feito a minha irmã gêmea desse jeito.
Que nada disso se acabe...

Texto dedicado a Stephanie Silveira Ronzani. Muito mais que uma amiga.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

É amor.

Era verão. Tão jovens tão cheios de sonhos. Pouco sentimento de amor havia de um lado. Do outro, ele se transbordava.
Ela jamais imaginou o quanto ia doer. Ele pouco sabia do que era capaz.
Um mês, tempo exato. O suficiente para aquela menina sentir as batidas daquele coração tão indiferente a tudo. Nesses trinta dias, mensagens, beijos e abraços foram trocados. Ela, tão ingênua pensava que pudesse durar. Tão boba! Por acaso não sabe que há coisas na vida que foram feitas para não darem certo?
Dias passados tão felizes, tão cheios de cores, com sensações tão instáveis. Ora era tranquila, ora um turbilhão de pensamentos; sem falar das mãos suadas e geladas com um tocar de telefone.
O que se tinha certeza era da força do sentimento, e para isso não é necessário ter 20, 40 ou 70 anos, basta ter um coração. E ela tinha, e batia por ele. Que a chamassem de infantil, de inocente, ela tinha dentro de si todas as esperanças do mundo.
Tudo isso acabou, no vazio do tempo, sobrou apenas uma carta que ele havia escrito, alguns telefonemas rápidos e lembranças. Mas o que mais ficou foi a certeza. A certeza de que onde quer que eles estejam, sei lá. Ela na China e ele no Canadá, seu coração batia por ele. A certeza de que não importa se ele namora uma morena, ruiva de sardas, loira, mulata – ela o espera.
“Há coisas que foram feitas para não dar certo, assim como há pessoas que nasceram para amar. E quando se ama a espera não é torturante. Quando se ama não há necessidade de reciprocidade. O amor é singular, muitas vezes.
É necessário sentir isso para que nossas vidas passem a fazer sentido, para entendermos o que, de fato, viemos fazer nesse mundo. Isso é o amor.
Amor é quando há dois caminhos sendo trilhados, é quando há outras pessoas envolvidas, é quando sentimentos se misturam. É quando tudo isso se resume a uma pessoa e a um sentimento. Pouco importa se dois se amam, se o amor vem de um lado só. Esse sentimento é tão mais forte, forte a ponto de aquele lado – o que sente amor – ter esperanças novas a cada dia. Não que esse lado não seja enfraquecido, mas a vontade, o desejo, o torna tão perfeito que nada supera isso.
O amor é quando passam anos e você continua sorrindo ao lembrar de um rosto, de uma palavra, é traduzir pensamentos em textos intermináveis. É não saber se você deve ou não continuar, mas mesmo assim continua. É realizar todos os seus sonhos – mesmo que grande parte deles incluam alguém – e mesmo assim saber que o melhor da vida é um colo.”
Ela disse essas palavras quando a questionei sobre sua história e o amor. E ainda mais, ela disse que depois de tanto tempo, ela o ama, e muito mais que há anos atrás. O que me energiza é ver o brilho no seu olhar, ela sorri com os olhos quando fala dele. E sim, ela acredita que a hora deles vá chegar e que serão felizes para sempre. Assim, como nos contos de fadas.
Depois de toda essa história, se você se perguntar “Será que eles ficarão juntos mesmo?” Eu te respondo que sim, eu acredito nisso. E se eu ainda tinha dúvidas sobre o amor, neste dia eu esclareci todas. 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Algumas mulheres não deviam ser chamadas de mulheres.

“As mulheres se preocupam em procurar um príncipe encantado, mas nunca pensam em se comportar como uma princesa”.
Li essa frase no Facebook e ela me fez pensar.
Desde a época em que homens acreditavam que a mulher foi criada exclusivamente – e somente – para procriar, a fêmea busca seu macho. A onda de mulher ser independente vem ganhando espaço na sociedade, e isso é notável.
Cada dia mais mulheres vêm exercendo papéis que antes, apenas homens tinham tal capacidade. Grande avanço, afinal, não foi para isso que tantos sutiãs foram queimados? Nós, mulheres, somos gerentes, diretoras, mães, pais, amigas, donas de casa. Tomamos atitude, antes ato somente realizado pelo homem; bebemos cerveja, contamos piadas e até assistimos e comentamos o futebol. Dirigimos empresas com a mesma competência de um homem. Carregamos as compras do mercado, participamos de reuniões, porém, como muitos já estão carecas de saber “de salto alto”.
O que me fez pensar nessa frase acima, contudo, foi a verdade que ela traz. Leia bem, você vai concordar.

Conquistar espaço na sociedade é uma coisa. Perder a feminilidade é outra. E bem diferente!

As ruas estão tomadas por mulheres que não sabem usar saias justas e curtas, saltos, esmaltes e cabelos. Radicalismo meu - ou não -, é muita vulgaridade pra pouco espaço.
Não sei se estou ficando velha, mas para mim, se jogar – literalmente – em cima de um cara, com uma roupa mega curta não tem nada de sexy, sensual ou atraente. Sem falar no nível intelectual de uma pessoa como essa. Porque, sinceramente, acredito que quem precisa usar o corpo para atrai uma pessoa é, no mínimo burra.
Conheço homens que dizem que elas “servem”. Ok, tudo bem, servem, mas no fundo, sabemos que um homem busca muito mais que isso numa mulher. Apesar de muitas vezes a natureza falar mais alto.
O pior é que essas e outras mancham, pisam em cima e denigrem o substantivo: mulher. E o que a gente – eu, você, e tantas outras que são avessas à isso – faz? As festas estão tomadas de periguetes.
Nós – que temos algo na cabeça – ainda sabemos que o que nos separa disso é a feminilidade. O que me preocupa são os homens. Eles são tão desmiolados muitas vezes, que acabam sendo estragados por essas.

Sou super feminista, mas desculpe, preciso defendê-los hoje.

Essas biscates, se assim, me permitem falar, estão por toda a parte. E salve-se quem puder!
Admito que tem muito homem deixando a desejar. Mas eles estão ganhando disparados nos quesitos sensatez, educação e cordialidade. É como se as mulheres estivessem regredindo e os homens evoluindo.
Vejo mais homens cordiais e educados do que mulheres.

Se preocupar em achar um príncipe é tarefa fácil. O que falta hoje é, ver uma mulher se comportando como uma princesa.
Homens que se cuidem. Mulheres que se comportem.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Engraçado como hoje, na “era do computador”  tudo é muito contraditório. Tudo é fácil e difícil ao mesmo tempo. Já ouviram a frase “a Internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto”?
E-mails, recados, mensagens são trocados via redes sociais. Para ter amigos hoje, basta ter Facebook, Orkut, Twitter. A lista de amizades cresce, basta um “click”.
Monitoramos a vida de anônimos e famosos com a mesma facilidade. Expomos nossos relacionamentos e família em apenas 140 caracteres.
As crianças já nascem postando fotos, curtindo fotos, namorando virtualmente. – Digo isso, pois fiquei espantada com meu sobrinho que aos 3 anos, sabe lidar com o computador melhor que minha mãe aos 52.
E aí de você que não saiba o que são essas coisas! Você está fora, é velho, coroa, é isso!
Eu pergunto: Onde estão os abraços, os beijos, a pegada de mão, a troca de olhares, os carinhos, as cartas declarando o amor? E as agendas velhas, os diários secretos, a coleção de papeis de carta, os jogos de botão, os álbuns de figurinhas.

Tudo fora de moda, como dizem...

Confesso que acho triste. Nossos livros, àqueles impressos em papel estão sendo extinguidos, aos poucos, também. O ipods, tablets e notebooks estão por toda a arte. Salve-se quem puder – e quiser.
Sou adepta as redes sociais, até certo ponto, claro. É necessário tê-las. Mas jamais trocarei um carteado por uma tuítada; uma bela carta por um e-mail.

Assim, desejo forças – sim, de maneira bem dramática – àqueles que, como eu, resistem à isso e preferem o bom e velho papel e caneta. Desejo infinitas recordações à vocês, menos digitação e mais encontros pessoalmente, menos tecnologia e mais energia. Menos informatização e muito, mas muito mais compreensão.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Dia Onze de Novembro de Dois Mil e Onze



Seja lá o qual for o significado deste dia – fim do mundo, sorte, azar ou renovação das coisas – penso em como vou deixar ele marcado.
Se for mesmo o fim do mundo – o que não acredito – eu quero dizer que eu te amo, mesmo que seja clichê. Tu és o resultado te todas minhas orações, sei que já comentei contigo algumas vezes isso, mas acredite, eu sei, eu sinto que é você. Embora eu não consiga corresponder às expectativas, eu me esforço e corro atrás das coisas que foram perdidas pelo teu caminho pra te ver feliz. Por vezes eu ultrapasso o meu querer, para que possamos construir – juntos – os teus sonhos. Infantilidade, carência minha ou não, às vezes sinto que há um mundo todo lá fora de braços abertos para mim, me esperando. Nego, renuncio esse mundo, pois já escolhi ficar de fora desse mundo. Lembra um filme que vimos, no qual um dos personagens fala “eu sinto que o mundo lá fora é uma orgia para qual eu não fui convidado?” Muitas vezes eu me sinto assim, desculpa a melancolia numa sexta-feira linda como hoje, mas é o que precisa ser dito, antes que amanhã seja tarde. Antes que essas palavras sejam perdidas em meio ao tempo.

Quanto à vocês, meus pequenos, leiam isso e tenham certeza: Todo o tempo que podia ser dedicado à vocês, de fato, foi. Eu acho que amor não é nem um quarto do sentimento que tenho por vocês. Contudo, eu amo vocês. Amo cada carinha de sono, cada careta, cada olhar, cada jeito, cada um.

E tu, minha linda, um abraço forte e verdadeiro, daqueles que cobre qualquer dor que exista. Mais do que um muito obrigada. Mais que a vida tu me deu sempre os melhores presentes: irmãos e educação. Tudo que sou, cada pedacinho do meu ser devo à ti. Uma frase do Caio Fernando Abreu pra ti: “Todo a minha saudade e o meu amor, para sempre”.

E à vocês – que sabem quem são – toda a minha felicidade de viver ao lado de pessoas tão distintas. Tão minhas, tão partes de mim.

Em tempo, ser for Sorte ou Azar, eu fico com a fé. Sorte e azar são passageiras. EU necessito de fé, o que me move nesse mundo é esta. Se não houvesse fé em mim, nas pessoas, na vida, e principalmente em Deus, eu nada seria. Outro clichê.

Ainda assim, se for mesmo Renovação das Coisas, agradeço. Há muitas coisas que precisam, mais que isso, necessitam ser renovadas.
Começando pelo meu coração, é, isso mesmo! Que ele se renove, que a terra ruim, seja expelida. Que aqueles sentimentos de medo, incapacidade, fraqueza, rancor, tristeza e mágoa sejam varridos. E que dêem lugar àqueles coloridos, que fazem brotar sorrisos: amor, paz interior, força, honestidade, humildade e fé, fé e fé. Sendo assim, se renovarão os sorrisos, os abraços, as amizades, os olhares, as lutas pela busca dos sonhos. Assim, se renova a vida.
Final do ano sempre pensamos em querer coisas novas, adquirir coisas boas, ter um emprego melhor, uma vida melhor. Nesse dia, que já especial pelo simples fato de estarmos vivos depois de tantas previsões do término do mundo, que fique a certeza da renovação. Prometo tentar não criar tantas expectativas para 2012 e agir mais. Mas mais que isso, que cada dia, não só os do próximo ano, mas também esses, do finalzinho de 2011, sejam renovados. Que as energias sejam renovadas, que a esperança seja renovada.
Sabe o que eu quero mais? Que se renove a verdade em nossas vidas, que a mentira não tenha espaço, que sejamos mais sinceros com o que sentimos e com as pessoas que estão ao nosso redor.
Se essa data, 11/11/11 seja mesmo de renovação, que ela transborde pelos demais dias também, que se ela é especial e marcante, que todos nossos dias possam ser assim. Seja segunda, quinta ou domingo.


Acho que por hoje, é isso. Puro desabafo da minha parte esse texto. Fica à vontade pra aproveitá-lo, como quiser.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Isso é Viver.

Como crianças que brincam
Eu escrevo
Como idosos que contam histórias
Eu escrevo

Como músicos que dedilham a melodia
Eu escrevo
Como fotógrafos em seus cliques
Eu escrevo

Como pássaros que voam
Eu escrevo
Como pessoas que caminham
Eu escrevo

Como pintores em suas telas
Eu escrevo
Como dançarinos em seus passos
Eu escrevo

Escrevo
Pois liberta
Pois encanta
Pois torna vivo
O que está escondido

Escrevo
Escrever é minha maneira
De brincar
De contar histórias
De dedilhar uma melodia
De fotografar
De voar
De caminhar
De pintar
De dançar

Escrevo, pois, para mim, isso é viver.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Namore uma garota que lê." Texto muito bom. Me identifiquei, muito.

"Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
[...]
 Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas  garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim.  E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até  porque, durante algum tempo, são mesmo.
[...]
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que  pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe  monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve."
Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura